24.8.09

O Tiago Moreira Ramalho utiliza uma frase de Salazar ("os nossos pobres monárquicos") para dar título a um texto que mais não é do que uma demonstração de republicanismo primário. Republicanismo primário porque usa a figura do pretendente ao trono para legitimar o regime republicano. Só consigo perceber este tipo de estratégia por um motivo, a falta mais do que evidente de argumentos lógicos, sensatos e intelectualmente respiráveis.

Em primeiro lugar gostava de esclarecer uma coisa, o Salazar não era monárquico e a sua aproximação ao movimento monárquico foi puramente estratégica, servindo como meio de manter a simpatia de uma importante franja da elite intelectual portuguesa. Para provar estes factos basta lermos dois livros, que aconselho desde já ao Tiago, o  "Salazar e a Rainha" de Fernando Amaro Monteiro e "O Roubo do Príncipe" do João Amaral. No entanto, é preciso lembrar vários nomes de monárquicos que lutaram contra o Estado Novo, de Henrique de Paiva Couceiro a Henrique Barrilaro Ruas, passando por João Camossa, Sousa Tavares, Sophia de Mello Breyner, entre muitos outros. Mas isto fica para outras núpcias.

Quanto à entrevista de D. Duarte de Bragança ao jornal i, apenas gostava de dizer duas coisas. Em primeiro lugar a entrevista demonstrou a lucidez do nosso pretendente ao trono e em segundo lugar marcou uma viragem no rumo do movimento monárquico. O pretendente ao trono apareceu a falar à imprensa dizendo claramente que está preparado para ser rei e que com monarquia irão acabar as trapalhadas na chefia de estado. Trapalhadas das quais o povo português está farto, com a excepção clara do Tiago Moreira Ramalho.

Para finalizar apenas uma nota sobre o artigo do Rodrigo Moita de Deus. O artigo está bem escrito, à semelhança do artigo do Daniel Oliveira, mas demonstra apenas uma opinião pessoal, de alguém que vem lembrar aos portugueses que os monárquicos não são apenas fadistas, toureiros e a malta dos bigodes retorcidos.

Adoro quando os republicanos caiem na critica fácil e no republicanismo primário. Falta de argumentos meus queridos.

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14.8.09

O Pedro Correia, do Corta-Fitas e do Delito de Opinião, nomeou o Francisco Louçã como o melhor deputado do ano. Opinião que respeito, quase compreendo, mas não concordo. Francisco Louçã é um bom parlamentar, um ainda melhor tribuno, mas falta-lhe objectividade, falta-lhe política real e mais do que tudo isso faltam-lhe propostas políticas concretas para o país - querer privatizar a Galp e tudo o resto que mexa não basta.

Para mim o melhor deputado do ano foi Nuno Melo do CDS, por vários motivos. Em primeiro lugar teve um papel determinante na comissão de inquérito ao BPN, em segundo lugar foi um óptimo líder de bancada, tanto na liderança de Ribeiro e Castro como na liderança de Paulo Portas. Em terceiro lugar foi o rosto do bom resultado do CDS nas eleições para o Parlamento Europeu e por fim partiu para a Europa deixando saudades nos Passos Perdidos - certamente que é o número um numa possível linha de sucessão a Paulo Portas.

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Ana Anes

Ana Anes nasceu em Lisboa a 2 de Abril de 1973, com o cordão umbilical bem preso no pescoço. Pode-se dizer que é uma sobrevivente (alegre) e, como tal, decidiu festejar a vida com um carácter irreverente, livre de constrangimentos e da opinião alheia, com uma faceta “bombista-literária” em que não se levando a sério - porque a vida já é demasiado pesada por si mesma...
Tem dois livros publicados, e já escreveu em vários órgãos de imprensa, como O Independente, Destak, DNA, Maxmen, Correio da Manhã e Playboy. Os seus blogues já deram muito que falar.
Ana Santiago

Primeiro queria ser médica de autópsias, depois teve a mania de ser jornalista e apaixonou-se pela rádio, acabou por dedicar-se ao serviço público e vive uma relação passional com Lisboa, como sede no poder local, onde editou a Agenda Cultural.
Licenciada em Comunicação, resignou-se ao facto de pouco mais saber fazer na vida do que comunicar, de manhã à noite, com toda a gente e, se mais ninguém houver por perto, com ela mesma. Acredita que é com o coração.
Cátia Simão

Foi em véspera de uma Sexta-Feira 13 de Setembro que sua mãe conheceu o rosto enrugado e percebeu que não era o David (sobre o qual) tanto conversara durante 9 meses. Daí para a frente foi muitos nomes a até se assentar como Cátia. Cresceu pensando que iria ser modista, mas não tinha muito jeito para fazer costuras e braguilhas. Virou-se para a arqueologia e seguiu outro caminho, a música, os filmes e a rádio. Seguiu-se dos seus amores de garota. Ainda hoje procura as agulhas do seu giradiscos portátil na bainha de um vestido rosa da moda. É muito feliz e gosta de sorrir.
Cláudia Köver

Tem os ensinamentos anglo-saxónicos cravados nas sardas e o amor às artes nas pontas dos dedos. O gosto pela manta das Relações Internacionais, adquirido pelos retalhos da herança familiar, consome-se nas almofadas do mestrado. Seguiu um coelho branco e calçou os saltos de jornalista EM que de momento lhe assentam os pés. Deixou pequenas pegadas nas páginas da “Pública”, da revista “Nós” do Jornal i, do Jornal Briefing e da televisão Arte. Incapaz de se manter fiel ao amor por um só par de sapatos, fez cursos em instituições europeias e teve aulas de representação em palco poeirento. Infelizmente, não teve dom para fazer dinheiro como viajante, mas soma este aos restantes vícios: desde a última tarde de 86 que não se inibe de sorrir e sonhar.
Inês Leão

Registada na bela freguesia de Mem Martins, Inês teve uma infância feliz, até ao dia que teve de abandonar o ballet por ter as pernas tortas (erro que nunca foi corrigido pelas botas ortopédicas ora azuis ora castanhas, que usou até tarde). Sempre gostou muito de desenhar, tendo como maiores influências os filmes clássicos da Disney, a Barbie e o seu pai. Quando teve de escolher a sua área optou por artes, por não ter matemática, não fazendo ideia que teria de gramar com geometria descritiva. É recém-chegada no design e o seu sonho é ser uma designer de sucesso, trabalhando a partir do seu iate privado na marina da Costa Nova, na Ria de Aveiro.
Nuno Miguel Guedes

Nuno Miguel Guedes nasceu em Lisboa em 1964. Jornalista, esteve no inicio de O Independente, de onde saiu em 1990 para a revista Kapa, de que foi co-fundador e co-afundador. Escreve para várias publicações e é colaborador pemanente da revista Visão (cultura) Letrista sempre que o deixam, guionista de televisão, bloguista, DJ ocasional, anglófilo, fanático da Académica e de livros. Nos tempos livres pratica o dry martini.
Pedro Rainho

Nasceu no iníco da década de 60, na vila de Sintra. Filho de família aristocrata, cedo forçou-se a desiludi-la. Aos 14 anos já estava ilegalmente no MRPP, onde foi companheiro de luta académica de Durão Barroso, na Faculdade de Direito. Mal acabou o curso viu nascer Abril e ingressou no jornalismo. Tornou-se barbudo e descobriu o fado, a monarquia e os touros. Por esses quatro motivos entrou com o Nuno Miguel Guedes no PPM e dedicou-se ao jornalismo como paquete de Paulo Portas e Miguel Esteves Cardoso n'O Independente. Escreveu três ensaios sobre literatura russa medieval, traduzidos em mandarím e tchecheno. Deu aulas na Independente e consumiu marijuana com o comandante Zapata, durante uma fotoreportagem. Tudo isto é mentira - mas bem que podia ser verdade, não tivesse ele nascido na década de oitenta e ser um jovem jornalista precário. É o que dá ser novo.
Tomás Vasques

Advogado de profissão, não se deixou enclausurar em códigos e barras. Arrumado na prateleira da esquerda pela natureza das coisas, desenvolveu na juventude – ainda as mil águas de Abril não tinham chegado – gostos exóticos, onde se incluíam chineses, albaneses e charros alimados. Navegou por vários territórios: da pintura à América Latina, da escrita à actividade política. Gosta de rir, de cozinhar, de Roberto Bolaño, de amigos, cerveja e peixe fresco. Irrita-se com a intolerância e o autoritarismo. É agnóstico. Apesar da idade, ainda não perdeu o medo do escuro, do sobrenatural e das ditaduras.