13.8.09

Gostava de esclarecer os interessados no tema, que a iniciativa do 31 da armada não foi inédita. Há cerca de 10 anos um também grupo de jovens monárquicos conseguiu subir até ao cimo do Castelo de S. Jorge e hastear uma bandeira monárquica. A polémica não foi a mesma, mas por um simples motivo: há dez anos as pessoas gostavam muito mais da república do que agora. Hoje têm que escolher entre a república do António Preto, Helena Lopes da Costa, Isaltino Morais, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres, entre outros, e a Monarquia. O sistema está por um fio.

link do postPor João Gomes de Almeida, às 16:55  comentar

De André Moz Caldas a 13 de Agosto de 2009 às 17:37
Caro João:

O diagnóstico de que o sistema está por um fio é um bocadinho infundado. Mais, prender a saúde do sistema à natureza da Chefia do Estado, ainda menos fundamento tem.

Acima de tudo, a corrupção tanto existe na República, como na Monarquia, quando seja constitucional. A diferença reside no tipo de aristocracias e daquilo que as leva a sê-lo. Para mim, que defendo a igualdade de oportunidades como um valor fundamental, só existe uma forma legítima de exercer poder. Enfim...

Aquilo que dá mais visibilidade à iniciativa do 31 da Armada é o registo humorísitco e a Internet. Tudo o mais são tretas.

Um abraço.

De João Gomes de Almeida a 13 de Agosto de 2009 às 18:07
Olá André.

Não concordo com a tua análise, pelo menos no seu todo. Quando falo de sistema refiro-me ao regime, o que não é exactamente a mesma coisa. É necessário mudarmos o sistema, acabando com a corrupção, que tanto pode existir em república como em monarquia, concordo. No entanto, acho que a monarquia pode ajudar a mudar o sistema.

Na monarquia o chefe de estado nasce com o direito do ser, o que pode parecer injusto, mas que na prática leva a que seja verdadeiramente independente dos interesses económicos que financiam as campanhas dos candidatos a PR e dos partidos que ajudam com o apoio político e com a "máquina". O chefe de estado torna-se, na monarquia, um verdadeiro árbitro e moderador - expressão várias vezes utilizada pelo Mário Soares, por exemplo.

Quanto há visiblidade é óbvio que a mesma foi conseguida devido ao registo humorístico e à internet, mas é interessante notar a simpatia com que as pessoas olharam para aquele gesto - há muitas pessoas em Portugal que ainda simpatizam com a monarquia, em todos os quadrantes políticos e sociais. Era isso que queria fazer notar no meu post.

Um abraço.

De Antonio Costa a 14 de Agosto de 2009 às 17:39
A política portuguesa está a precisar de ir ao Portugal profundo para ver como ainda há quem acredite, apenas que num micro-cenário, mas elucidativo. Repare-se no que descobrimos agora, num blog regional
http://www.viladalongra.blogspot.com/
e vejam a essência da cousa pública, quando no purismo bairrista e sentido histórico.

Ana Anes

Ana Anes nasceu em Lisboa a 2 de Abril de 1973, com o cordão umbilical bem preso no pescoço. Pode-se dizer que é uma sobrevivente (alegre) e, como tal, decidiu festejar a vida com um carácter irreverente, livre de constrangimentos e da opinião alheia, com uma faceta “bombista-literária” em que não se levando a sério - porque a vida já é demasiado pesada por si mesma...
Tem dois livros publicados, e já escreveu em vários órgãos de imprensa, como O Independente, Destak, DNA, Maxmen, Correio da Manhã e Playboy. Os seus blogues já deram muito que falar.
Ana Santiago

Primeiro queria ser médica de autópsias, depois teve a mania de ser jornalista e apaixonou-se pela rádio, acabou por dedicar-se ao serviço público e vive uma relação passional com Lisboa, como sede no poder local, onde editou a Agenda Cultural.
Licenciada em Comunicação, resignou-se ao facto de pouco mais saber fazer na vida do que comunicar, de manhã à noite, com toda a gente e, se mais ninguém houver por perto, com ela mesma. Acredita que é com o coração.
Cátia Simão

Foi em véspera de uma Sexta-Feira 13 de Setembro que sua mãe conheceu o rosto enrugado e percebeu que não era o David (sobre o qual) tanto conversara durante 9 meses. Daí para a frente foi muitos nomes a até se assentar como Cátia. Cresceu pensando que iria ser modista, mas não tinha muito jeito para fazer costuras e braguilhas. Virou-se para a arqueologia e seguiu outro caminho, a música, os filmes e a rádio. Seguiu-se dos seus amores de garota. Ainda hoje procura as agulhas do seu giradiscos portátil na bainha de um vestido rosa da moda. É muito feliz e gosta de sorrir.
Cláudia Köver

Tem os ensinamentos anglo-saxónicos cravados nas sardas e o amor às artes nas pontas dos dedos. O gosto pela manta das Relações Internacionais, adquirido pelos retalhos da herança familiar, consome-se nas almofadas do mestrado. Seguiu um coelho branco e calçou os saltos de jornalista EM que de momento lhe assentam os pés. Deixou pequenas pegadas nas páginas da “Pública”, da revista “Nós” do Jornal i, do Jornal Briefing e da televisão Arte. Incapaz de se manter fiel ao amor por um só par de sapatos, fez cursos em instituições europeias e teve aulas de representação em palco poeirento. Infelizmente, não teve dom para fazer dinheiro como viajante, mas soma este aos restantes vícios: desde a última tarde de 86 que não se inibe de sorrir e sonhar.
Inês Leão

Registada na bela freguesia de Mem Martins, Inês teve uma infância feliz, até ao dia que teve de abandonar o ballet por ter as pernas tortas (erro que nunca foi corrigido pelas botas ortopédicas ora azuis ora castanhas, que usou até tarde). Sempre gostou muito de desenhar, tendo como maiores influências os filmes clássicos da Disney, a Barbie e o seu pai. Quando teve de escolher a sua área optou por artes, por não ter matemática, não fazendo ideia que teria de gramar com geometria descritiva. É recém-chegada no design e o seu sonho é ser uma designer de sucesso, trabalhando a partir do seu iate privado na marina da Costa Nova, na Ria de Aveiro.
Nuno Miguel Guedes

Nuno Miguel Guedes nasceu em Lisboa em 1964. Jornalista, esteve no inicio de O Independente, de onde saiu em 1990 para a revista Kapa, de que foi co-fundador e co-afundador. Escreve para várias publicações e é colaborador pemanente da revista Visão (cultura) Letrista sempre que o deixam, guionista de televisão, bloguista, DJ ocasional, anglófilo, fanático da Académica e de livros. Nos tempos livres pratica o dry martini.
Pedro Rainho

Nasceu no iníco da década de 60, na vila de Sintra. Filho de família aristocrata, cedo forçou-se a desiludi-la. Aos 14 anos já estava ilegalmente no MRPP, onde foi companheiro de luta académica de Durão Barroso, na Faculdade de Direito. Mal acabou o curso viu nascer Abril e ingressou no jornalismo. Tornou-se barbudo e descobriu o fado, a monarquia e os touros. Por esses quatro motivos entrou com o Nuno Miguel Guedes no PPM e dedicou-se ao jornalismo como paquete de Paulo Portas e Miguel Esteves Cardoso n'O Independente. Escreveu três ensaios sobre literatura russa medieval, traduzidos em mandarím e tchecheno. Deu aulas na Independente e consumiu marijuana com o comandante Zapata, durante uma fotoreportagem. Tudo isto é mentira - mas bem que podia ser verdade, não tivesse ele nascido na década de oitenta e ser um jovem jornalista precário. É o que dá ser novo.
Tomás Vasques

Advogado de profissão, não se deixou enclausurar em códigos e barras. Arrumado na prateleira da esquerda pela natureza das coisas, desenvolveu na juventude – ainda as mil águas de Abril não tinham chegado – gostos exóticos, onde se incluíam chineses, albaneses e charros alimados. Navegou por vários territórios: da pintura à América Latina, da escrita à actividade política. Gosta de rir, de cozinhar, de Roberto Bolaño, de amigos, cerveja e peixe fresco. Irrita-se com a intolerância e o autoritarismo. É agnóstico. Apesar da idade, ainda não perdeu o medo do escuro, do sobrenatural e das ditaduras.