Rui Zink sobre o seu muito recente "O Anibaleitor"
Qual é para si o real poder da leitura?
Ora bem. Não sei. Ninguém sabe. Diz-se tanta coisa. Mas acho que, num mundo confinado e amiúde hostil, a arte das letras que formam desenhos e dançam no nosso espírito é um dos melhores caminhos para uma vida plena. A vida humana vale cada vez menos. Ser é nada, dizem os monstros? Então talvez faça sentido responder: num mundo onde ser é cada vez mais nada, ler é cada vez mais tudo.
Soube que também está a escrever um novo livro. Poderia revelar algo sobre ele, por exemplo a história e o mês de lançamento?
É um romance alquímico, que traz encriptada a chave do totoloto para os próximos trinta anos. Quem for capaz de ler com atenção, nunca mais tem preocupações. O mês não faço ideia, suponho que Outubro. Mas também pode ser que, no momento da afinação, descubra que o carro ainda não está em condições de ir para a pista. A partir de certa altura, uma pessoa só deve publicar livros nos quais acredita mesmo. É o caso deste, não garanto que seja o do próximo.
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