2.6.10

 

Claro que surgem imediatamente as explicações geológicas.

Claro que nos querem logo tirar o fascínio em que nos deixam imagens tão pouco usuais para os nosso olhos.

É esse o papel dos media - dão sentido à desordem natural que são os acontecimentos diários. Fazem-nos a caminha e aconchegam-nos, para que nada precisemos de temer, para que nada abale a calma das coisas. Ainda que, por vezes, tenhamos a sensação de testemunhar o caos a cada dia, a cada noticiário.

Prefiro refugiar-me nesse estado tão ingénuo de fascínio por aquilo que me chega; algo para o qual, de repente, não encontro explicação, porque não a quero encontrar e porque, pelo menos de quando em vez, me quero deixar ir e viajar pelo mundo do "e se...".

Volto já.

link do postPor Pedro Rainho, às 22:33  comentar

Voltaram os cartazes da Calzedonia. Com Gisele.

link do postPor Nuno Miguel Guedes, às 11:57  comentar

"Depois, como qualquer pessoa, sei quem são os inimigos daquilo em que acredito, daquilo por que me bato. Isso não me chega para votar cegamente em quem se apresente contra esses cidadãos. Porque quem se apresente assim, se não for digno da minha adesão convicta, não tem o meu voto. Não sei fechar os olhos, como recomendava Cunhal, e pôr uma cruz no mal menor. E não sei fazer isso por uma razão simples: o meu voto é isso mesmo: meu. Custou a muita gente conquistar essa coisa de me dirigir a uma urna e votar com convicção, de forma pessoal e intransmissível, em quem ou em que Partido entender. Não concebo o voto, o meu voto, funcionalizado a uma estratégia, desligado de qualquer emocionalidade, cego a convicções políticas e ideológicas. Não vendo, não trespasso e não prostituo o meu voto. É assim mesmo: é meu. Não voto útil, portanto, ninguém escraviza o meu voto, pois ainda hoje me ecoa a frase que ouvi quando era pequena e que decidi manter pela vida fora, concretamente nestes momentos de escolha: o voto útil só é útil para quem o recebe. Não votarei em Manuel Alegre."

 

Isabel Moreira, no Jugular.

link do postPor João Gomes de Almeida, às 11:08  comentar

 

uma reunião da Comissão Política da candidatura de Manuel Alegre. De um lado Ricardo Rodrigues a discutir com João Semedo a mobilização dos aparelhos, um pouco mais à frente Miguel Portas e Fernanda Câncio a discutirem a estratégia de ataque à imprensa, mesmo ao lado o Pedro Sales e a malta do Câmara Corporativa a definirem as linhas de acção na blogosfera. Na cabeceira Manuel Alegre a suspirar, José Sócrates a enviar mensagens escritas a Pedro Silva Pereira e Francisco Louçã a escrever um post no facebook a atacar o governo. À porta da reunião Augusto Santos Silva garante que ninguém entra, enquanto Fernando Rosas fuma o seu cachimbo, visto Sócrates não o deixar violar a lei do tabaco. Pelo meio aparece a malta da Renovação Comunista para enrolar umas bandeiras, a malta do Ruptura para coagir Sócrates, a malta do PS para coagir o Ruptura e a malta do MIC que agora é obrigada a ficar à porta, visto tratar-se de uma candidatura partidária.

mas ainda alguém questiona que esta é a candidatura da cidadania?

link do postPor João Gomes de Almeida, às 10:00  comentar

link do postPor João Gomes de Almeida, às 05:07  comentar

Somos a grande ilha do silêncio de deus 
Chovam as estações soprem os ventos 
jamais hão-de passar das margens 
Caia mesmo uma bota cardada 
no grande reduto de deus e não conseguirá 
desvanecer a primitiva pegada 
É esta a grande humildade a pequena 
e pobre grandeza do homem 

Ruy Belo, in "Aquele Grande Rio Eufrates"

link do postPor João Gomes de Almeida, às 05:02  comentar

«Portugal precisa de um Presidente mobilizador, com uma leitura dinâmica da Constituição da República, que exerça os seus poderes e leia os seus poderes de um modo que leve os outros órgãos do Estado a sentirem-se exaltados e motivados para trabalhar em conjunto por um projecto nacional».

 

Pedro Santana Lopes, em entrevista, resumida sumariamente aqui

 

via João Villalobos

link do postPor João Gomes de Almeida, às 04:24  comentar

1.6.10

 

 

 

Quando fazemos birra, não aceitamos ser contrariados e queremos tudo à nossa maneira, quando corremos atrás da uma moda ou de uma noite de copos como seja um caso de vida ou morte, quando achamos que o mundo vai acabar… é a nossa menina e o nosso menino que sentem. Aquela criança que há em nós, a “criança interior”, como a gente diz, somos nós em ponto pequeno. E é bom que cuidemos dessa parte, senão ninguém nos atura.

 

A primeira criança que devemos fazer feliz, e aceitar, logo que nos tornamos crescidos é a nossa; e convém fazê-lo diariamente, pois ela nem na velhice nos abandona. Ser adulto é ter compaixão dela, sentá-la no colo e abraçá-la, para assim aprender a digerir as emoções e a integrar essas partes nossas mais desprotegidas e as que mais desprezamos.

 

E não tenhamos ilusões, não há creches nem apoios à natalidade neste departamento. A nossa criança é só nossa. Não contem com os outros. Se a deixarmos andar dentro de nós aos caídos, sem um pingo de atenção e mimo, estraga todos os relacionamentos que viermos a ter, dá cabo dos empregos e das amizades.

Quanto mais atenção lhe dermos mais crescidos seremos, senão chegamos a avós ainda a fazer beicinho porque não nos deram aqueles sapatos ou o fulano e a sicrana não nos telefonou e foi mau para nós.

 

Felizes dias da criança.

link do postPor Ana Santiago, às 16:11  comentar

"o apoio do PS – decidido na Comissão Nacional, no Domingo – à candidatura presidencial de Manuel Alegre (nesta reunião escapou-me um pormenor: como é que uma votação envolvendo um nome é feita por braço no ar). Penso que à actual direcção do PS não lhe restava outra alternativa. Os dados estavam lançados há muito tempo e o PS amarrado a Alegre, desde há muito tempo, nas presidenciais. José Sócrates teve o mérito de impedir uma profunda clivagem no interior do partido, ao apoiar o poeta, sem deixar de se distanciar do apoio concedido.

A partir de agora, a batata quente passou para as mãos do candidato que tanto se empenhou na «frente popular» entre a extrema-esquerda e o socialismo democrático, uma quimera provavelmente ainda de origem argelina. Durante os próximos seis meses, Manuel Alegre vai andar num rodopio, em bolandas entre os apelos de Louçã contra os «banqueiros e os capitalistas sanguessugas» e as medidas de austeridade do governo a atingirem também os desempregados. Será um autêntico cata-vento, sem coerência, sem estratégia, sem rumo.

Mas, nesta novela «presidencial», em que o PS se deixou envolver, o mais relevante, é o facto de Manuel Alegre, deputado do PS durante 34 anos, se ter disponibilizado para protagonizar a estratégia política do BE, mil vezes confessada: crescer eleitoralmente à custa de uma derrocada do PS. Neste golpe eu não alinho. Se não aparecer outro candidato, escolho o mal menor: voto Fernando Nobre."

 

Ver tudo aqui.

link do postPor João Gomes de Almeida, às 14:18  comentar

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link do postPor João Gomes de Almeida, às 13:32  ver comentários (1) comentar

 

"Resignados, descrentes, a guardar distância. Em três expressões se descreve a atitude dos socialistas contrariados com o apoio oficial à candidatura de Manuel Alegre."

(...)

"O mais duro de todos foi Mário Soares. O antigo presidente da República escreve hoje num artigo de opinião no DN (ver relacionado) que a escolha de Sócrates pode revelar-se "fatal" para o seu futuro político. "No actual contexto politico-partidário, julgo que Sócrates cometeu um erro grave, que porventura mesmo lhe poderá ser fatal e ao PS."

(...)

"Edmundo Pedro, que fez ouvir a sua voz crítica na CN, afinou pelo mesmo tom. "Alegre está cheio de contradições. Ele vai afundar-se. Nem chegará aos 1,2 milhões de votos da última vez e vai contribuir para o desgaste de Sócrates. Se tiver um resultado miserável será uma grande derrota para o PS."

(...)

"A mesma desconfiança é partilhada por muitos socialistas. Renato Sampaio, líder da distrital do Porto, que há meses considerava difícil o PS apoiar um "candidato que traz o Bloco às costas", admitiu ontem à Lusa que o poeta é a "candidatura possível à esquerda". Sampaio estava a parafrasear Alegre, que usou essa frase quando apoiou Sócrates, nas legislativas."

(...)

"Cautela é também a regra com Vitalino Canas, Capoulas Santos e José Lello. Os três discordam da estratégia, mas prometeram silêncio para não irem contra o PS."

 

Mais aqui

link do postPor João Gomes de Almeida, às 13:24  comentar

Luís Filipe Coimbra no 31 da armada, sobre a candidatura de Fernando Nobre.

 

Rodrigo Saraiva no Albergue Espanhol, sobre a candidatura de Alegre e o milhão de votos que vai perder para Fernando Nobre.

 

Fernando Alvim no seu blogue pessoal, sobre a "Prova Oral" de hoje na Antena3. O convidado é Frederico Duarte Carvalho, que irá falar sobre o seu novo livro, apresentado o mês passado no meu bar / livraria.

link do postPor João Gomes de Almeida, às 13:16  comentar

No outro dia fiquei espantado pelo facto do Solar dos Presuntos ter um iPad, em alternativa à tradicional ementa, para ajudar os clientes a escolherem os melhores pratos (ilustrados com fotografia) e os melhores vinhos (com lista de comentários e história de cada néctar). Mais espantado ainda fico por saber que qualquer mortal poderá ter um "iPad" chinês pelo preço de uma jantar de um casal no Solar dos Presuntos (85 euros). Estes chineses são lixados.

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link do postPor João Gomes de Almeida, às 13:11  comentar

ao que parece vais nascer o Partido do Norte. Vamos lá ver o que nos reserva.

link do postPor João Gomes de Almeida, às 13:08  comentar

28.5.10

Hoje quando vinha para a Rinchoa, pelo IC 19, tive a sensação de estar a deixar para trás o mundo dos pequenos póneis e de me estar a aproximar do castelo do Conde Drácula, que dizem ser o Palácio da Pena. Deixei para trás o sol, o calor, o céu azul, a agitação da cidade, as coisas a acontecer, as tascas e os restaurantes pequeninos, os jantares alegres dos universitários e vim em direcção a casa. Em poucos minutos estava por baixo de nuvens negras e no meio de carros, prédios, muitos carros, mais prédios e ainda mais uns carros e prédios. Prédios mais ou menos altos e mais ou menos feios. Entrei na minha rua que é feita desses prédios que parecem peças lego cinzentas e gigantes e, finalmente, cheguei a casa. Fui à janela e reparei que da minha janela vê-se muito bem o castelo do Conde Drácula. Fiquei com pena dele. O que ele vê da janela são carros, prédios, muitos carros, mais prédios e ainda mais uns carros e prédios. Eu ao menos vejo um castelo.

 

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link do postPor Inês Leão, às 19:55  comentar

 

Ontem, Carlos Cruz, disse na TVI que no dia em que foi detido foi para o Algarve a +/- 180 km/h. Perguntaram-lhe se ele não achava que pusera a vida da filha em perigo, já que esta também ia no carro. Há filhos e enteados: o Cristiano Ronaldo anda a mil e ninguém ralha!

link do postPor Inês Leão, às 19:29  comentar

link do postPor João Gomes de Almeida, às 17:45  comentar


Ana Anes

Ana Anes nasceu em Lisboa a 2 de Abril de 1973, com o cordão umbilical bem preso no pescoço. Pode-se dizer que é uma sobrevivente (alegre) e, como tal, decidiu festejar a vida com um carácter irreverente, livre de constrangimentos e da opinião alheia, com uma faceta “bombista-literária” em que não se levando a sério - porque a vida já é demasiado pesada por si mesma...
Tem dois livros publicados, e já escreveu em vários órgãos de imprensa, como O Independente, Destak, DNA, Maxmen, Correio da Manhã e Playboy. Os seus blogues já deram muito que falar.
Ana Santiago

Primeiro queria ser médica de autópsias, depois teve a mania de ser jornalista e apaixonou-se pela rádio, acabou por dedicar-se ao serviço público e vive uma relação passional com Lisboa, como sede no poder local, onde editou a Agenda Cultural.
Licenciada em Comunicação, resignou-se ao facto de pouco mais saber fazer na vida do que comunicar, de manhã à noite, com toda a gente e, se mais ninguém houver por perto, com ela mesma. Acredita que é com o coração.
Cátia Simão

Foi em véspera de uma Sexta-Feira 13 de Setembro que sua mãe conheceu o rosto enrugado e percebeu que não era o David (sobre o qual) tanto conversara durante 9 meses. Daí para a frente foi muitos nomes a até se assentar como Cátia. Cresceu pensando que iria ser modista, mas não tinha muito jeito para fazer costuras e braguilhas. Virou-se para a arqueologia e seguiu outro caminho, a música, os filmes e a rádio. Seguiu-se dos seus amores de garota. Ainda hoje procura as agulhas do seu giradiscos portátil na bainha de um vestido rosa da moda. É muito feliz e gosta de sorrir.
Cláudia Köver

Tem os ensinamentos anglo-saxónicos cravados nas sardas e o amor às artes nas pontas dos dedos. O gosto pela manta das Relações Internacionais, adquirido pelos retalhos da herança familiar, consome-se nas almofadas do mestrado. Seguiu um coelho branco e calçou os saltos de jornalista EM que de momento lhe assentam os pés. Deixou pequenas pegadas nas páginas da “Pública”, da revista “Nós” do Jornal i, do Jornal Briefing e da televisão Arte. Incapaz de se manter fiel ao amor por um só par de sapatos, fez cursos em instituições europeias e teve aulas de representação em palco poeirento. Infelizmente, não teve dom para fazer dinheiro como viajante, mas soma este aos restantes vícios: desde a última tarde de 86 que não se inibe de sorrir e sonhar.
Inês Leão

Registada na bela freguesia de Mem Martins, Inês teve uma infância feliz, até ao dia que teve de abandonar o ballet por ter as pernas tortas (erro que nunca foi corrigido pelas botas ortopédicas ora azuis ora castanhas, que usou até tarde). Sempre gostou muito de desenhar, tendo como maiores influências os filmes clássicos da Disney, a Barbie e o seu pai. Quando teve de escolher a sua área optou por artes, por não ter matemática, não fazendo ideia que teria de gramar com geometria descritiva. É recém-chegada no design e o seu sonho é ser uma designer de sucesso, trabalhando a partir do seu iate privado na marina da Costa Nova, na Ria de Aveiro.
Nuno Miguel Guedes

Nuno Miguel Guedes nasceu em Lisboa em 1964. Jornalista, esteve no inicio de O Independente, de onde saiu em 1990 para a revista Kapa, de que foi co-fundador e co-afundador. Escreve para várias publicações e é colaborador pemanente da revista Visão (cultura) Letrista sempre que o deixam, guionista de televisão, bloguista, DJ ocasional, anglófilo, fanático da Académica e de livros. Nos tempos livres pratica o dry martini.
Pedro Rainho

Nasceu no iníco da década de 60, na vila de Sintra. Filho de família aristocrata, cedo forçou-se a desiludi-la. Aos 14 anos já estava ilegalmente no MRPP, onde foi companheiro de luta académica de Durão Barroso, na Faculdade de Direito. Mal acabou o curso viu nascer Abril e ingressou no jornalismo. Tornou-se barbudo e descobriu o fado, a monarquia e os touros. Por esses quatro motivos entrou com o Nuno Miguel Guedes no PPM e dedicou-se ao jornalismo como paquete de Paulo Portas e Miguel Esteves Cardoso n'O Independente. Escreveu três ensaios sobre literatura russa medieval, traduzidos em mandarím e tchecheno. Deu aulas na Independente e consumiu marijuana com o comandante Zapata, durante uma fotoreportagem. Tudo isto é mentira - mas bem que podia ser verdade, não tivesse ele nascido na década de oitenta e ser um jovem jornalista precário. É o que dá ser novo.
Tomás Vasques

Advogado de profissão, não se deixou enclausurar em códigos e barras. Arrumado na prateleira da esquerda pela natureza das coisas, desenvolveu na juventude – ainda as mil águas de Abril não tinham chegado – gostos exóticos, onde se incluíam chineses, albaneses e charros alimados. Navegou por vários territórios: da pintura à América Latina, da escrita à actividade política. Gosta de rir, de cozinhar, de Roberto Bolaño, de amigos, cerveja e peixe fresco. Irrita-se com a intolerância e o autoritarismo. É agnóstico. Apesar da idade, ainda não perdeu o medo do escuro, do sobrenatural e das ditaduras.
 
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