Poucos meses antes de Santana Lopes ser nomeado primeiro-ministro por Jorge Sampaio ninguém o esperava, poucos meses antes de Pedro Santana Lopes sair da sua travessia no deserto e ser candidato à Câmara Municipal de Lisboa, também ninguém o esperava. PSL é um jogador, sem medo do risco, e que sabe que o seu maior trunfo é jogar sempre na antecipação. Foi por estar sempre disponível para novos combates que PSL foi sobrevivendo, assim foi na Figueira da Foz, depois na primeira candidatura a Lisboa, e ainda quando Durão Barroso fugiu para Estrasburgo.
PSL nunca teve medo e chegou-se sempre à frente. Por norma as pessoas gostam desta atitude de coragem e até votam nele. Quando não votam, como aconteceu na sua última batalha eleitoral, PSL levanta-se e segue em frente, para uma próxima. Sempre assim foi e não me parece que PSL queira parar.
Para voltar a existir politicamente PSL sabe que precisa de aparecer na cena nacional. E como e quando é que o pode fazer? Afrontando um PSD finalmente unido e aparentemente fiel a Passos Coelho? Insistindo na batalha perdida pela Câmara Municipal de Lisboa, que ainda por cima só irá a eleições daqui a três anos e tal? Ou forçando Cavaco Silva a uma segunda volta nas presidenciais, ainda por cima num cenário onde são notórias as discordâncias entre o líder do partido e o candidato a presidente?
A sondagem do Expresso fala por si: à direita de Cavaco, PSL é o melhor posicionado nas sondagens. Conta ainda com os católicos descontentes com as promulgações do Presidente e sabe bem que não há palco mais mediático na cena política nacional do que o de candidato a Presidente da República. Em suma, PSL não tem nada a perder em ser candidato à P.R.